quarta-feira, 27 de julho de 2011

A feminização da pobreza e da violência

Imagem extraída de: http://hiphopmulher.ning.com/forum/topics/violencia-contra-a-mulher

Há séculos as mulheres lutam por liberdade e autonomia. Em pleno século XXI, essa luta continua ainda longe de encontrar descanso, em especial em nosso Estado, o Espírito Santo, onde a violência contra a mulher atinge índices alarmantes. Segundo dados do Instituto Sangari, o Estado se encontra em primeiro lugar no ranking de assassinatos contra mulheres. O machismo e as ideias de superioridade do homem sobre a mulher são correntes em todo o Estado.
A superação dessa triste situação perpassa por políticas públicas que assegurem o direito das mulheres por trabalho, creches, oportunidade de formação, licença maternidade, equidade salarial e social. No Estado, de forma específica, e no próprio país, de forma geral, a feminização da pobreza é preocupante.
Isto significa que, no Brasil, a pobreza tem cor e gênero, sendo a maioria da classe social mais baixa formada por mulheres negras. Dessa forma, é necessário a implantação de políticas públicas voltadas para a emancipação social, política e econômica das mulheres. A Lei Maria da Penha é um poderoso instrumento, mas para ser efetivamente colocado em prática precisa garantir segurança física, econômica e emocional para as mulheres agredidas.
As mulheres se veem comumente rebaixadas à condição de objeto de prazer sexual dos homens e à constante violação de sua autoestima, tanto nos aspectos profissionais, quanto estéticos, resultando em uma marginalização no mercado matrimonial. Além disso, os níveis de envolvimento das mulheres no narcotráfico no Estado são cada vez mais altos. Muitas vezes, sem saída, a alternativa encontrada por muitas para se manterem é se envolverem com o tráfico de entorpecentes.
Dessa forma, é possível perceber que a feminização da pobreza resulta também na feminização de crimes e na violência contra as mulheres. Tal cenário combinado com sistema educacional precário, falta de perspectivas de vida digna no futuro, tráfico de drogas e armas, predomínio de gangues armadas, confinamento nos morros, favelas e periferias torna as mulheres as principais vítimas de um sistema excludente e violento.

REFERÊNCIAS:

BRANDÃO, Ana Paula (Coord.). Saberes e Fazeres: Modos de Ver. Rio de Janeiro: Fundação Marinho, 2006, v. 1.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: A situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Disponível em: http://www.unifem.org.br/sites/700/710/00000690.pdf. Acesso em: 26 jul. 2011.

Iriny Lopes defende maior participação da mulher na política brasileira. Disponível em: http://blog.planalto.gov.br/iriny-lopes-defende-maior-participacao-da-mulher-na-politica-brasileira/. Acesso em: 26 jul. 2011.

A violência é uma questão de poder. As pessoas se tornam violentas quando se sentem impotentes.
(Andrew Schneider) 

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