O Brasil é famoso por diversas expressões populares, que são perpetuadas por diversas gerações. Neste sentido, podemos exemplificar o dito: “Amanhã é dia de branco”. De acordo com estudiosos e por explicações do senso comum, tal afirmação foi criada em alusão ao uniforme da marinha. Outra justificativa para a declaração é feita com menção a nota de mil cruzeiros, que possuía a estampa do Barão do Rio Branco e, portanto, usava trajes brancos. Em suma, dizer que o dia posterior é “de branco” significa que é um dia de trabalho ou de ganhar dinheiro. Será que é somente isso?
Sabe-se que tal dito popular foi ganhando sentidos preconceituosos... diversas vezes escutamos a afirmação “Amanhã é dia de branco” e, em seguida, uma “piada” racista. Ou seja, não seria esta frase mais uma maneira “velada” do racismo fazer-se presente em nossa sociedade? Será esta mais uma maneira subentendida e simbólica de demonstrar a “inferioridade dos negros”? Sem sombra de dúvidas, tal afirmação é uma negativa à capacidade do negro como mão de obra assalariada, diante dos brancos e imigrantes europeus. A ideia é lançar na imagem do negro a figura de preguiçoso, e na imagem do branco a figura de trabalhador.
Outrossim, há ainda diversas piadas sobre os baianos... todas relacionam as pessoas nascidas na Bahia como preguiçosas e que não gostam de trabalhar. Não podemos achar mera coincidência o fato de que recentemente a cidade de Salvador (capital baiana) tenha sido considerada a “Roma negra”, pelo fato de ter o maior número de negros em um município fora da África.
Em síntese, mais uma vez os negros têm sido vistos como indolentes e ociosos. Pois bem, para desmitificar tais afirmações (pois, tais ditos populares são, sim, dotados de preconceitos), optamos por realizar indagações, que remetem a resgates históricos: Quem foi que construiu (e, que ainda constrói) esse país?! Quem foi escravizado e ainda não foi reparado por tamanhas injustiças? Quem foi lançado a imensas horas de trabalho no período da revolução industrial?
Sabe-se que todos nós somos pertencentes à mesma raça: humana. Todavia, não podemos desconsiderar que temos uma dívida histórica com a sociedade negra. Ademais, foram séculos de escravidão e, as consequências são vistas ainda nos dias atuais. É inegável a existência de uma exclusão racial. Portanto, é necessário enfatizar que todo e qualquer tipo de racismo é prejudicial.
Neste mesmo sentido, o dito popular: “em briga de marido e mulher, ninguém coloca a colher”, demonstra um enorme preconceito. Ou seja, a expressão reforça que: vizinhos, familiares, amigos e o Estado não devem envolver-se nas situações de violência contra as mulheres. Esta expressão objetiva reforçar a ideia de que o doméstico não deve ser objeto de discussão do público. Para tanto, é necessário reforçar que: “em briga de marido e mulher o Estado e a sociedade devem, sim, meter a colher”. De um modo geral, a sociedade, independentemente do momento histórico, sempre considerou a violência doméstica como um problema de âmbito privado.
Vamos acordar Brasil! Até quando continuaremos com preconceitos?
Cara, como vcs sao babacas! Ao extremo!
ResponderExcluirA pouco tempo em uma reflexão de amigos a respeito desta expressão: “Amanhã é dia de branco”, começamos a refletir sobre o teor negativista da mesma, e a conclusão fora a mesma que vocês expuseram nessa matéria, ou seja, o cunho racista e subliminar embutido.
ResponderExcluirAgradeço a visão realista com que expuseram tal situação coloquial, que vivemos no Brasil. Quero agradecer e parabenizá-los por trazer a tona tal problemática, e quem sabe, um dia com coerência e igualdade, consigamos equalizar esta catastrófica realidade sofrida pelos seres humanos negros. Obrigado!
MUNDO CHATO, CHEIO DO MIMIMI!
ResponderExcluirA expressão não tem o cunho racista que alguns pretendem conferir. A origem é doméstica, referindo-se ao dia de lavagem das roupas de cama, antes todas brancas, que ornavam os varais, sendo motivo para o descanso mais cedo na véspera, pois a lavagem era feita nos tanques e no muque.
Nasceu na marinha, onde os membros "reclamavam" do último dia de sua folga e teriam que voltar a utilizar seu uniforme BRANCO para longas estadias no mar. Ou seja, dia de retorno ao trabalho, dia de branco (uniforme).
Chatíssimo!! Procura-se pelo em ovo pra criar cizânia racial e de gênero. Imagino que algum dia Kiki Pinheiro vá denunciar Tom Jobim por assédio, e algum haitiano resolva processar Gil e Caetano por racismo.
ExcluirPerdão, Helô Pinheiro.
ResponderExcluirArtigo muito bom! Parabéns aos envolvidos 🌟
ResponderExcluirNossa muito lindo
ResponderExcluirQue besteira tudo isso
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